Clóvis de Castro

... como aprendiz, questiono tudo.Até a mim mesmo por vezes. Assim fortaleci minha autoconfiança, meus olhos e meus sentidos...

Um em especial.

O Sexto...

(Clóvis de Castro, ás 14:53 do dia 20 de janeiro de 2010)
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segunda-feira, 19 de abril de 2010

Olha a búuuuxa !



O tempo ta bravo. Trovoadas e clarões tomam o céu. De repente passa pela minha janela de barro uma bruxa. Sim, uma bruxa dessas de contos de fadas! Claro que ela está em sua vassoura, chapéu bicudo e uma verruga no nariz!
Pé por pé, faço a volta e saio pela porta, meio desesperado e ao mesmo tempo curioso. Chego perto. Sinto um cheiro de perfume de flores ao vento. Daí meu pai grita em algum lugar: "Durmiremos com chuva” e eu quase perco a atenção. Mas ela continua ali.
Subliminarmente, ‘invisível’, ela resmunga qualquer coisa como “é, to cheia de trabalho”. Mas aquilo não teve importância, e eu cheguei mais perto. Escutei sua respiração, bem de bruxa mesmo sabe. Ela me sentiu também, mas não reagiu. Permitiu. Pensei em estender a mão, puxá-la pela capa preta e comprida, ver seu rosto! Mas tenho medo. Medo de que ela não seja bem como sempre imaginei nos Contos de Fadas. Fiquei ali estático, e essa imobilidade quase me fez mal. Enruguei o nariz como quem desgosta e olhei para minhas mãos. As coloquei no peito e me olhei do jeito que consegui.
Sorri.
Senti o cheiro novamente quando me fui, espreitamente, caminhando de costas até meu quarto. Pela minha janela de barro a vi só, e fui dormir.

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