Me sinto tão estranho quando penso em estudar. Fico feliz, pois tenho facilidade em aprender qualquer coisa, e mais ainda por ter vontade – isso na verdade que me deixa mais feliz, e que acontece com menos freqüência no âmbito em que vivo.
Vejo amigos se formando, começando o curso dos seus sonhos e felizes tanto quanto despreparados para a vida. Não sei definir se a educação familiar falha, ou eles desaprendem na faculdade, mas observo que a fase universitária na vida dos jovens hoje em dia é demasiada desfocada, desvirtuando relutantemente o convívio social. Dificilmente vê-se algum aluno na faculdade realmente se preparando para a vida, seja ela pessoal ou até mesmo profissional. Festas, provas como se fossem bichos-papão e o diploma de uma vez pra se livrar do despertador.
Lembro que quando no ensino médio, sempre questionei meus professores sobre a importância da matéria escolar no dia a dia, na criação dos meus futuros filhos e na formação do meu caráter. Na verdade a maioria dos professores sabe e acomoda-se com a idéia de apenas preparar os alunos para o vestibular (como se fosse um vilão e o principal empecilho para a realização acadêmica – no Brasil talvez seja.). Não sei se responsabilizo demais a escola por valores que deveriam ser criados em casa, pois sei que existem muitos filhos que se formam pelos pais, como projeções de uma vida frustrada. Pais que cobram o estudo dos filhos e acham que o diploma é o único responsável pelo sucesso profissional e até pessoal. “Que trabalho o que meu filho; que experiência que nada meu filho, eu pago os teus Xerox... O canudo é o que vale...”. Mas sei que na faculdade de medicina não ensinam os formandos como lidar com os salários de R$ 10.000 (ou mais) mensais, e que também nem pais incentivam a real preparação emocional para a vida dos filhos. E mais, jamais esquecem de cobrá-los pelo êxito imediatamente após receber o canudo - “Olha só, já é um homenzinho!” Esperam um ano e já estão falando aos amigos mais próximos do acomodamento do filho - “Já se formou a um ano e ainda não arrumou algo que preste...” (mais de R$ 3.000 mensais) sendo que não se lembra da tabuada.
Despreparados, imaturos, endividados e depressivos. Jovens futurísticos com a cara da educação falha que claro, só é assumida em estado crítico (eu acho que já está) e facilmente resolvida com uma campanha nacional, comotiva e sem nexo. Até lá muita grana rolando, importações e mão de obras estrangeiras! Dá até vontade de chorar quando vejo as ‘baita’ três opções na hora de votar...